Algoso no presente.
Situada a 13 km de
Vimioso, sede de concelho, Algoso assume-se como uma das mais importantes
freguesias do mesmo, apresentando um glorioso passado, tendo mesmo sido vila e
concelho durante séculos. Sabe-se que em 1291 a comenda de Algoso foi oferecida
á Ordem do Hospital por D. Dinis e que em 1480 recebeu foral de D.Afonso V.
Finalmente em 1855, procedeu-se á extinção do concelho de Algoso, passando a
fazer parte de Vimioso. Este passado honroso e importante, simbolizado pela
presença do castelo, do pelourinho, dos antigos paços do concelho e das ruínas
do convento, pode ser ameaçado caso não se inverta a actual evolução demográfica
de Algoso, que aponta para uma grave situação de desertificação e
envelhecimento da população. Esta realidade é confirmado pelos Censos do INE,
que em 1981 registavam 572 habitantes, em 1991 apenas 337 e que nos dias de hoje
não andará muito além dos 200 habitantes. Algoso que pelos meados do século
XX(1940-1950), tinha uma população á volta de 800 habitantes, viu esta população
reduzir drasticamente com a emigração para o Brasil e França nos anos 60. Em
termos de caracterização económica da freguesia, a agricultura tem uma importância
fundamental, ocupando uma grande parte das terras da autarquia (1.162 hectares),
constituindo a ocupação principal de mais de um terço da população activa,
a qual se encontra envelhecida. O sector é dominado pelo cultivo de cereais,
azeite, amêndoa, pela cortiça e pela agro-pecuária, cujo desenvolvimento
recente tem sido implementado por investimentos resultantes de iniciativas de
jovens agricultores.
A industria é insignificante e assenta em actividades ligadas á construção
civil. A nível comercial ha a registar a feira mensal (dia 9), que em tempos
foi uma das mais importantes da região.
O ensino resume-se á Escola Primária (2, 3 alunos), que em breve acabará por
falta de crianças, numa localidade que há meia dúzia de anos possuía também
Telescola (5º e 6º Ano). Actualmente os alunos que frequentam os 2º e 3º
ciclo do ensino básico são obrigados a deslocar-se para Vimioso e aqueles que
pretendem completar o ensino secundário é exigido o sacrifício de se
deslocarem 65 Km até Bragança.
Na área da saúde os serviços resumem-se á visita semanal de um médico ao
Posto existente na Freguesia. Na vertente da acção social há ainda a
salientar a existência de um Lar de 3ª idade. A Freguesia está também
abastecida pela rede pública de distribuição domiciliária de água, rede de
esgotos e recolha de lixo trissemanal. Em termos culturais e desportivos a
Freguesia dispõe de um Centro Cívico, Salão de Festas e dois campos de
futebol.
O turismo encontra enormes dificuldades de encremento, apesar da beleza natural
e paisagística, do artesanato e gastronomia muito ricas e do significativo
património arquitectónico e arqueológico da região, no qual se destaca o
Castelo, o Pelourinho, a Igreja Matriz, as Capela da Misericórdia, de S. Roque,
de S. João Baptista e de N. Sª da Assunção, a Fonte Santa, a Estrada e a
Ponte Romana, os Antigos Passos do Concelho, Ruínas do Convento, etc.…
Algoso no passado.
Algoso, Ulgoso,
Ylgoso,
pelos anos de 1230, antiga vila e concelho, bispado e distrito de Bragança, tem
como orago S. Sebastião.
Está situada numa planície com um clima sadio, mas frio, por avistar as Serras
da Sanábria, Bornes e Nogueira. Colhe trigo, centeio, cevada, azeite, vinho e
muitos pastos. Terreno fertilíssimo, com feira a dia 9 de cada mês, que é a
melhor da província em gado suíno. Como cabeça de concelho e comarca tem casa
da câmara, cadeia e compreende 20 lugares: S. Cristóvão, Junqueira, Avinhó,
Matela, Vale de Algoso, Uva, Mora, Valcerto, Travanca, Saldanha, Figueira,
Granja de Gregos, Gregos, Teixeira, Atenor, S. Pedro da Silva, Granja de S.
Pedro, Vila Chã da Ribeira, Urrós e Fonte Ladrão. Dista a 17 Km de Vimioso, 1
Km da Ribeira de Angueira, 3 Km da junção desta com o Rio Maçãs, e 23 Km de
Duas Igrejas estação mais próxima do caminho de ferro.
No ano de 1230 fizeram concordata os Templários e a Ordem de Malta em Coimbra,
sobre várias terras letigiadas entre as quais entrava Ylgoso (Algoso), Vila
Chã, Atenor, Pena Roias, Paradela e outras fora do bispado de Bragança.
Em 22 de Junho de 1239 fez D. Pedro Costem, comendador dos Templários em
Portugal, composição entre as comendas do Mogadouro e Pena Roias, pertencentes
á sua ordem e a de Algoso. A 13 de Fevereiro de 1291 fez
el-rei D. Dinis composição em Coimbra, com o Gran-comendador de Malta, D. Fernão
Peres, de alcunha o Mossejo, acerca da comenda de Algoso e de outras terras
próximas.
Em 1480, segundo os historiadores, Algoso recebeu foral por D. Afonso V e D.
Manuel em 1 de Junho de 1510. A comenda de Algoso rendia anualmente para o
Comendador sete a oito mil cruzados, incluindo nesta soma 2 partes dos frutos
das abadias de Travanca, Sendim, Vilar Seco, Duas Igrejas e Guide.
O Castelo de Algoso mandado construir por Menendo Rufino no século XIII é o
expoente máximo do poder local e aí reside o representante do rei que
arrecadava os direitos reais em terra de Miranda e Pena Roias.
O Pelourinho de Algoso é o símbolo da autonomia municipal.
A Igreja Matriz foi cabeça de uma comenda da Ordem de Malta por mercê de D.
Sancho II em 1229.
Tem uma só nave, três portas (duas laterais e uma principal), uma
“soberba” torre com sinos e relógio e na parede dela para a parte do sul
armas reais e seis altares.
Em 1 de Janeiro de 1592 concedeu el-rei carta de privilégios á Câmara
Municipal de Algoso. Algoso tem escola de instrução
primária,
masculina e feminina; aquela é muito antigo pois já existia em 1836, datando
provavelmente das criadas pelos decretos de 6 de Novembro de 1772 e 11 de
Novembro de 1773. A feminina foi criada pelo decreto de 8 de Setembro 1876.
No civil esta Vila era governada por um Juiz de fora que cumulava com o juizado
dos órfãos, três vereadores, um procurador do concelho, dois almotacés, um
escrivão da Câmara, três tabaliães das notas, um escrivão de sisas, um das
achadas da terra, um dos órfãos e mais quatro escrivães dos testamentos.
Ao governo militar assiste um capitão-mor, um sargento-mor e quatro capitães
de ordenança.
Jacinto de Oliveira Castelo Branco, juiz de fora de Algoso tornou-se notável em
1808 por não acatar as ordens do capitão Junot nas invasões Francesas e por
continuar a usar o nome de Sua Alteza Real, nos processos, apesar de el-rei já
ter embarcado para o Brasil e os Franceses haverem declarado abolida a dinastia
de Bragança.
O concelho de Algoso foi suprimido em 1855, passando a fazer parte do concelho
de Vimioso.
Gastronomia
Alheiras
e fumeiro regional, vitela, presunto e folar. Lagostim do Angueira.
Conheça ainda o resto da gastronomia, onde se pode realçar a famosa Posta á
Mirandesa, proveniente da carne do gado
de raça bovina mirandesa (certificada), que mercê das boas pastagens
proporcionadas por microclimas existentes sobretudo na parte norte do concelho,
nos permite classifica-la como uma das melhores senão a melhor do País, bem
como os pratos derivados das várias espécies cinegéticas e piscícolas que
abundam por todo o concelho poderão ser apreciados á mistura com uma boa pinga
da região vinho-tinto-maduro.
Junta de Freguesia Presidente:
Luis Manuel Tome Fernandes